terça-feira, 9 de março de 2010

Guardadores do ócio


Salvador Dalí - The Persistence of Memory

Ah, nossos queridos guardadores de carro! Basta estacionar em algum lugar mais movimentado de uma grande cidade que lá estão eles, a dar "joinhas" e balançar a cabeça.
-Pode deixar que eu cuido, tio!
Cuida? Esses dias uma amiga teve o estepe furtado, e o mais engraçado foi que a má-notícia foi dada por um guardador de carros. Ele disse:
-Quando vi eles já estavam subindo com o pneu...
Fiquei imaginando o tamanho da gorjeta que ela deu... Eu me informei sobre o assunto dos guardadores. Eles não são coitadinhos, não. Para "cuidar" de determinada rua, precisam "comprá-la" de algum outro guardador, pois as mais rentáveis já estão ocupadas. Passam boa parte do dia por ali, vagando a toa, admirando o lento passar das horas, conversam com uns, dão risadas aqui, fumam um cigarro acolá. Já vi um que levou o filho para o "trabalho".
Gostaria muito de ver um político propondo uma lei proibindo essa prática. Pois apesar de muitos serem contrários a permitir que guardem seus carros, os motoristas temem voltar e encontrar os carros com um risco enorme, retaliação pela negativa.
E ontem, na saída do curso de inglês que comecei a fazer às segundas e quartas, ao deixar a habitual esmola para uma guardadora de carro, ouvi, um tanto surpreso, ela dizer:
-Até quarta!

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