terça-feira, 25 de maio de 2010

O Nascimento

Em 2007 meu braço foi puxado pela mão mais poderosa que existe. Lembro que havia um sábio e sincero sacerdote cristão, ele foi o instrumento usado pelo próprio Deus para me resgatar. Uma jovem menonita merece menção honrosa na minha salvação. Salvação. Quero deixar claro que não fui eu quem me salvei. Foi Deus quem me salvou, utilizando algumas pessoas, como o sacerdote cristão e a jovem menonita. Eu jamais seria capaz de me salvar. Jamais mesmo.

Lembro que naquele dia fiz meu pai chorar. Só que dessa vez, chorei com ele. E o abracei, pedi e implorei pelos cacos que restavam da sua confiança. Deus fez com que houvessem cacos grandes o suficiente em seu coração para que ele não desistisse de mim. Jamais fui capaz de agradecê-lo por isso. Mesmo assim, a mando de Bahá'u'lláh oro as noites pelo meu pai e pela minha mãe. Estou tranquilo quanto a ida deles ao próximo mundo, e isso é apenas mais uma coisa que aprendi com Bahá'u'lláh.

Aqueles foram dias de intensa busca. O que me recordo agora são as meditações às 5 horas da manhã, os incensos, as manias de limpeza da casa, a música clássica, os cultos na Igreja Menonita, a vez que tentei atravessar a rua de olhos fechados (e não pude) para "testar minha fé", as comunidades esquisitíssimas que entrei no Orkut, os banhos frios... e principalmente o olhar espantado da minha família sobre tudo o que eu fazia. Minha mente fervilhou, tentando responder aos anseios do meu coração. Mudei tanto nesse período que quem tivesse conversado comigo alguns meses antes diria que tinha me tornado outra pessoa. Não foi nada disso. Eu não mudei. Eu nasci.

Fui acolhido por Bahá'u'lláh. Conheci a Fé Bahá'í em uma comunidade no Orkut. Era um texto curto sobre aspectos gerais da Revelação Bahá'í. Lembro que ao ler os Escritos Bahá'ís meu coração se enternecia. Era como leite materno para uma alma que languescia de fome há anos. Senti o tal "quentinho" no coração que faz os crentes em Deus abandonarem os prazeres da carne, como quem provou a liberdade de um campo florido na primavera e não quer mais voltar para a velha e suja prisão que tinha como casa. Prisão esta que ainda tento escapar diariamente.

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